Excelente a recomendação de leitura de João Miranda no Blasfémias, sobre a entrevista de Gonçalo Ribeiro Teles à Visão, há dois anos, a propósito dos incêndios em Portugal.
O arquitecto, com a leitura ampla que faz do (des)ordenamento a que o território foi sujeito há muitas décadas, traz-nos a esperança, colocando o drama dos incêndios numa posição relativa que chega a surpreender:
O mal vem de longe. Mas não estou seguro de que se vá enveredar agora pelo caminho certo. Já estão a dizer que querem reflorestar tudo como estava. Fico horrorizado quando ouço isso. Significa que querem voltar aos pinheiros e aos eucaliptos. Perguntem às vítimas dos incêndios que ficaram sem as casas se querem outra vez pinheiros à porta. Destruíram as hortas... Porque ardem as casas? Porque o pinheiro está no quintal.
Também o terramoto permitiu que o Manuel da Maia, a mando do Marquês de Pombal, fizesse a Baixa lisboeta. Não desejo um terramoto, mas não percam esta oportunidade. O futuro do País e da sua identidade cultural e independência está em causa.