terça-feira, maio 30, 2006

trapalhadas / a da inclusão

Cavaco Silva, com este roteiro para a inclusão, aproxima-se da visão dos que, antes de mais, se preocupam com a distribuição em detrimento da produção de riqueza. Uma visão que não descola da perspectiva genericamente marxista.
Estranho, muito estranho, para um economista, um professor, alguém que já presidiu a um partido social democrata em Portugal, na história recente!
Cavaco sabe -e, portanto, não se percebe bem a sua agenda- que o aspecto crucial da vida dos portugueses hoje não é o combate à exclusão.
O verdadeiro combate que continua deserto de combatentes e de método é o do crescimento económico, através do qual se poderá combater a exclusão social.
Com trapalhadas como as do projecto da Refinaria Vasco da Gama, que passou bem à frente dos olhos de Cavaco, como é que este presidente-da-inclusão vai de facto resolver o problema?
Será que, mais tarde ou mais cedo, vai também andar por aí a chorar como o outro?

quarta-feira, maio 17, 2006

offside / cervejas, futebóis e touradas




Sui generis o funcionamento da economia portuguesa e respectiva auto-regulação.
Foram as cervejas Cintra, inauguradas com pompa e circunstância, com Presidente da República e tudo (o Sampaio...), com financiamento bancário à força toda, Caixa Geral de Depósitos à cabeça. Era (e ainda é...) a terceira fábrica de cerveja em Portugal, país com menos habitantes do que Paris! Como era bem de ver, agora com falência no horizonte .
Foi o Alvaláxia, brilhante ideia do reputadíssimo empresário português José Roquete. Falhanço estrondoso, com financiamento garantido e venda anunciada com desespero. Era (e ainda é...) mais um centro comercial na selva de centros em que Lisboa e Portugal (considerada a dimensão de uma e outro) se estão a tornar.
É agora o novo Campo Pequeno, reaberto depois de mais de cinco anos de obras, a medirem-se com as de Santa Engrácia. Mais financiamento à toa, com mais um desastre à vista...
Quem suporta todos estes desvarios de empresários tidos como estrelas, num país em que os bancos financiadores de projectos claramente perdedores ab initio, se tornam gradualmente accionistas do interesse geral?

terça-feira, maio 16, 2006

descaminhos / o cavaquismo nunca existiu

Até ver temos mais do mesmo: discursos e mais discursos sobre o que se deve fazer, sobre o que é que os empresários devem fazer...
O Cavaco Silva estatizante de sempre tem vindo a revelar, afinal, muito da sua essência: encostado ao Estado, mais uma vez dentro do Estado, numa atitude que o seu discípulo Barroso tentou pôr em prática com os resultados que conhecemos: o Estado separado dos empresários, aquele o cobrador de impostos, estes os criadores da riqueza indipensável à cobrança de impostos.
E...vai falando de...globalização!
Ainda não se apercebeu de que, nestes tempos de globalização, são os Estados que encabeçam os grandes negócios, são os Presidentes que chefiam as delegações de empresários, públicos e privados, que vão VENDER os serviços e produtos dos seus países, juntos, irmanados no mesmo objectivo.
Cavaco vai VENDER? Ou vai limitar-se a fazer como todos os outros, discursar, discursar, discursar?
O cavaquismo é uma miragem!

quarta-feira, maio 10, 2006

socos / episódios em torvelinho


Se fosse no tempo de Santana Lopes, o que os nossos queridos jornalistas encarteirados, em geral, não teriam já espingardado!
É estonteante a rapidez com que este governo faz e desfaz anúncios públicos de investimentos como o da refinaria Vasco da Gama, o maior da história económica de Portugal.
Vergonhosa a atitude do primeiro ministro perante a sucessão inacreditável de episódios e mais episódios.
Os empresários e investidores, nacionais e estrangeiros, que leiam bem o comunicado de Patrick Monteiro de Barros suspendendo as negociações.

terça-feira, maio 09, 2006

trapalhadas / socráticas

As trapalhadas, de tantas e múltiplas e de todos os ministros, têm de ser apelidads de socráticas.
Socrático é o "processo pedagógico subordinado a perguntas e respostas, quando essas perguntas têm por fim ... levar o discípulo ao conhecimento do próprio erro, para seguidamente o conduzir ao descobrimento da verdade" (Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Tomo IX, pág. 260).
Será então por isso - por seguir o método socrático - que o ministro da economia levou Monteiro de Barros ao erro dos benefícios fiscais e da poluição da refinaria para o conduzir ao ... descobrimento da total incapacidade do governo, que é a única verdade que se descortina nisto tudo!
Este Sócrates ainda vai dar muito que falar, tal é a mistificação...

quinta-feira, maio 04, 2006

hope / um refinado comentador


Talvez Miguel Sousa Tavares tenha vindo a refinar o conteúdo da sua capacidade de análise e de comentário desde os tempos desta fotografia (1979) mas é ultimamente que se tem revelado como um oportuno lançador de pedradas neste charco que é Portugal.
No Expresso tem vindo a dizer livremente o que outros omitem, tornando-se uma espécie de óasis no seio da comunicação que nos quer moldar.
Que diferença dos complexos de Marcelo! Que diferença dos rolos de Vitorino!

quarta-feira, maio 03, 2006

descaminhos / Teimar no Erro

O Campo Pequeno vai reabrir remodelado, depois de setenta e cinco milhões de investimento e é já no dia 17 de Maio, não se antevendo tempo suficiente para remodelar os jardins que a circundam!
Um investimento brutal... rodeado de jardins abandonados...
Teimar no erro desta maneira é manifesta falta de inteligência!
A aprovação de um projecto desta dimensão não deveria obrigar o investidor a cuidar dos jardins que, notoriamente, integram o empreendimento?
O que é que andam a fazer os responsáveis políticos que permitem situações destas?