segunda-feira, julho 25, 2005

manutenção / UM


Não obstante terem apenas dez dias de vida, ou talvez por isso mesmo, o hardware e o software do re-Descobrimentos vão entrar em manutenção, de hoje até ao próximo dia dois de Agosto.
Nestes dez dias, foram publicados:
-a Visão e a Missão do re-Descobrimentos;
-a rúbrica produtividade, mencionando: o transporte ferroviário, o conceito de produtividade e a calçada portuguesa;
-a rúbrica fancy, aludindo a: Compromisso Portugal, COTEC Portugal e Vasco Pulido Valente;
-a rúbrica aisthesis, registando: Frank Lloyd Wright;
-a rúbrica hope, tratando de: Blake Ross e a TAP na VARIG.

hope / RE-DESCOBRIR


A tentativa de entrada da TAP no capital da VARIG, traduz uma filosofia de negócio que, enquadrando-se perfeitamente no espírito dos re-Descobrimentos, alimenta a esperança:
Refazer as relações de fraternidade características da penetração e presença dos portugueses nos territórios dos Descobrimentos, através de uma intensificação estratégica das ligações económicas, no respeito da independência dos países oriundos desses territórios.

magister dixit / EVIL CAPITALISTS



Capitalists who become such through trading in money are a temporarily necessary evil. They may not be evil at all if their money goes to production. If their money goes to complicating distribution - to raising barriers between the producer and the consumer - then they are evil capitalists and they will pass away when money is better adjusted to work; and money will become better adjusted to work when it is fully realized that through work and work alone may health, wealth, and happiness inevitably be secured.

parti pris / PÉZINHOS


Mário Corino de Andrade

domingo, julho 24, 2005

socos / REGURGITANTE


A regurgitante hipótese de candidatura de Mário Soares à Presidência da República (PR), nas eleições do próximo ano, ilustra bem a atracção pelo abismo que prepondera, nestes tempos, em Portugal.
Só se lhe pode vislumbrar uma ténue vantagem, ainda que com custos cada vez mais difíceis de superar, se vier a ser eleito: é a de vê-lo a apanhar com os efeitos da sua governação e dos seus dois anteriores mandatos como PR.
Vantagem que, no caso de ser Cavaco Silva o eleito, também se verifica, não tenha sido este também um dos actores principais da situação em que o país se encontra.
Como é público e notório, no centro da solução dos problemas nacionais está o estabelecimento e a aplicação de uma estratégia, o que implica, como se viu atrás, o empenhamento do PR, como orgão jurídico-constitucional que, nos últimos trinta anos, mais tempo se tem mantido no poder.
Ora, o que é que Mário Soares fez durante os seus dois anteriores mandatos, nesse sentido? Bem se pode dizer que...nem um museu!
E, ainda que se viesse a regenerar neste âmbito de impulsionar uma estratégia para Portugal, tem condições físicas para desempenhar dois mandatos, considerando que em apenas um não conseguiria esse objectivo?
Não pode haver ilusões, Mário Soares já demonstrou à saciedade que o seu papel na história de Portugal foi o de contribuir para a instauração de uma democracia, própria dos países ricos porque muito cara.
E também demonstrou que não foi capaz de implementar a transformação das estruturas não políticas da sociedade, as de carácter económico e social, as que podem agora até pôr em perigo as de carácter político.

fancy / ARRISCA?

Vasco Pulido Valente chega a ter algumas análises e interpretações que, nunca deixando de ser curiosas, demonstram uma lógica na observação da história e da cultura de Portugal que, frequentemente, não desmerece o tempo investido na sua leitura.
Mas então, porque razão o colocamos aqui nesta coluna da fantasia?
É que ele fica-se pela análise e pela crítica, não se compromete com ideias para a resolução dos problemas de Portugal que, tão mordazmente, identifica.
É mais um dos que contam apenas para a verborreia em que vamos submergindo. Para Vasco Pulido Valente não há nada a fazer?
Se têm conteúdo, se têm substância as suas críticas e análises, avance com propostas, arrisque, contribua. Ou será que imagina que a crueza com que observa a vida nacional é suficiente para desencadear as reacções que se impõem?
Defende que Portugal não tem saída? Que valerá mais a pena negociar uma integração, não apenas indirecta, através da União Europeia, com a Espanha, mais lenta, como está a acontecer?
Subscreve, mesmo, uma integração com Espanha mais directa, mais rápida, corroborando a acelerada perda de independência de base económica, para o país vizinho, que está em curso?
Ou a solução é outra?
A riqueza de conhecimentos de Vasco Pulido Valente, uma vez posta ao serviço de uma reflexão sobre o futuro de Portugal, seria muito bem vinda, seria uma contribuição importante para a missão dos re-Descobrimentos.

offside / AEP


O offside nem é bem para a figura permanente de Ângelo Ludgero Marques à frente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), até porque os re-Descobrimentos não se farão com ataques a pessoas, por muito que elas se ponham a jeito.
É mais para a AEP: será que os empresários membros da AEP poderão estar satisfeitos com o desempenho da sua associação?
Estando a economia nacional como está, não criando o país riqueza como não cria, ficarão os líderes do associativismo empresarial ilibados até à eternidade, através de eleições com carácter vitalício?
Só o duradouro falhanço de entendimento entre as cúpulas patronais, seria suficiente para afastar da liderança da AEP o seu reconduzido presidente...
A estrutura organizacional do associativismo empresarial é um dos problemas mais graves e determinantes do atraso que Portugal tem e a reeleição de líderes que falharam em toda a linha para inverter a situação, mantém-nos perigosamente fora de jogo.
Já lá vão mais de duas décadas de liderança e Ludgero Marques ainda não reparou - nem, o que é mais sério, a AEP deu por isso -, que as bases da estrutura do associativismo empresarial português precisam de ser urgentemente submetidas a uma profunda reorganização.
Ainda não notaram, depois de tanto tempo, que o objectivo do associativismo não é o de as associações se transformarem elas próprias em grupos empresariais, como vem acontecendo, mas antes criarem as condições que permitam aos seus membros desenvolverem-se, o que manifestamente não se verifica.
As associações empresariais estão entre os maiores responsáveis por Portugal se encontrar em total ausência de estratégia .
Tendo-se o Estado desvinculado do papel que lhe cabe, no sentido de enquadrar as actividades económicas, na sequência da revolução de 1974, os empresários nacionais - historicamente muito carentes do apoio do Estado -, entraram numa espiral atomística que culminou com a função atribuída ao associativismo empresarial no Código de Trabalho de Bagão Félix, sem qualquer contestação conhecida.
Acha a AEP que a organização do associativismo empresarial existente, que perdura desde a primeira metade do século passado, é adequada às necessidades de desenvolvimento do país, no contexto internacional actual e futuro?
A AEP, sob a responsabilidade do seu reconduzido presidente, já teve o tempo suficiente para aprender que a estrutura do associativismo empresarial português reflecte ainda hoje, directamente, a organização proposta por Marcello Caetano e aplicada por António de Oliveira Salazar.
Sendo que, aqueles não acolheram a filosofia do produto, seguida desde essa altura pela Itália, por exemplo, mas a das grandes actividades económicas, na configuração que foi dada ao sistema das corporações.
Os resultados estão bem à vista, com a miríade de associações que Portugal tem, praticamente sem federações aglutinadoras destas numa perspectiva de cadeia de valor, e sem confederações correspondendo às fileiras, ou 'clusters', dos sectores estratégicos, com excepção para a Confederação do Turismo.
Voltaremos ao assunto porque ele tem a maior relevância para os re-Descobrimentos, mas não é fácil, não é nada fácil, animarmo-nos com notícias como a da reeleição de Ludgero Marques que, assim, demonstra não possuir capacidade auto-crítica.

magister dixit / NO MAR NA TERRA





No mar, tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida;
Na terra, tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?

hope / INNER CIRCLE



If you put my grandfather in a room with God and gave him one question, he would not ask for the meaning of life. He would not inquire as to the existence of poverty or the vagaries of human nature. No, he would ask, and I quoth: Do you use Firefox? My grandfather, an avid watcher of our SpreadFirefox counter, claims to have personally converted the 4 million people in his “inner circle,” or what we call “Florida.” God would make 4 million and one. (from the blog of Blake Ross)

Para uma concorrência desejável com a Microsoft, Blake Ross é, através do browser FIREFOX e do novo projecto em desenvolvimento, designado Phoenix, uma esperança.

sábado, julho 23, 2005

socos / DECLÍNEO


Obrigatória a leitura do artigo de Renwick McLean, no Herald Tribune do passado dia 19, para se poder avaliar a imagem que Portugal está a criar e, mesmo, a consolidar no exterior, numa parte não desprezível da opinião internacional.
São socos que custam, mas que nos podem ajudar a reagir ao declíneo e à desorientação que constatamos por todo o lado, com especiais responsabilidades para as proclamadas élites nacionais.

magister dixit / HUMAN INSTINCT


The fateful question for the human species seems to me whether and to what extent their cultural development will succeed in mastering the disturbance of their communal life by the human instinct of aggression and self-destruction. It may be that in this respect precisely the present time deserves a special interest. Men have gained control over the forces of nature to such an extent that with their help they would have no difficulty in exterminating one another to the last man. They know this, and hence comes a large part of their current unrest, unhappiness and their mood of anxiety.

aisthesis / IN-NATURA



offside / DESILUSÃO

sexta-feira, julho 22, 2005

magister dixit / STRUGGLE AND SUFFERING




I say to the House as I said to ministers who have joined this government, I have nothing to offer but blood, toil, tears, and sweat. We have before us an ordeal of the most grievous kind. We have before us many, many months of struggle and suffering.

produtividade / DESLEIXO


O que se passa com os passeios de Lisboa é um exemplo, muito concreto, da cultura de produtividade predominante em Portugal.
Nada pode justificar a falta de segurança para os transeuntes, os incomportáveis custos de construção e manutenção, bem como o aspecto desolador de inúmeros passeios de 'calçada portuguesa', pela cidade fora.
As eventuais vantagens de beleza, em termos turísticos, são completamente anuladas pelo aspecto de desleixo que salta a vista de todos.
Já para não falar dos sérios riscos que os turistas, para além de todos os outros que visitam e trabalham na cidade, designadamente os mais idosos, correm de ir parar ao hospital.
A calçada portuguesa deveria estar circunscrita a uma zona da cidade onde fosse possível garantir uma manutenção adequada.
Introduzir e consolidar uma cultura de criação de riqueza em Portugal é avançar muito decididamente para acréscimos de produtividade de tal modo imperativos que, aspectos ainda que muito concretos como este dos passeios de Lisboa, rapidamente façam parte do passado.

parti pris / SINGULAR


fancy / INOVAÇÃO


A ainda recente COTEC Portugal é um exemplo acabado e muito actual do persistente desperdício de esforços em que Portugal se encontra profundamente mergulhado.
No documento "Análise da oportunidade da sua criação", designadamente nas duas primeiras conclusões, podem-se descobrir algumas raízes do desperdício.
Para além da lengalenga do costume (em Portugal não existe...Portugal é o último...etc., etc.), a inovação é tratada da forma mais abstracta possível: "a inovação é um factor de desenvolvimento e crescimento económico, na qual se deve basear o modelo de competitividade das empresas".
Sério...acabei de transcrever uma, a primeira, das conclusões da análise da oportunidade da criação da COTEC Portugal!
As outras conclusões estão perfeitamente alinhadas num chorrilho de generalidades, útil, não tanto para o modelo de competitividade das empresas, mas sim para o modelo de competitividade da poesia.
Todos os esforços para a inovação se perderão, como tem acontecido ao longo de tantas e tantas décadas com a educação, se esses esforços não forem canalizados para objectivos sectoriais bem definidos, a atingir pelo país como um todo, em que público e privado sejam, como nos Descobrimentos, uma mão que ajuda a outra!
Há que estabelecer objectivos consensuais, de muito longo prazo, a partir daquilo que sabemos fazer e daquilo que queremos passar a saber fazer.
E há que seleccionar os mercados-chave e integrar transversalmente as políticas públicas numa verdadeira estratégia, na concretização da qual os esforços em capital humano, financeiro e técnico a aplicar na inovação tenham metas quantificáveis a atingir.
Nós, aqui nos re-Descobrimentos, andamos, como se sabe, a investigar quem e como se tem obstado a esses 'há que', numa contribuição activa para eliminarmos as barreiras.

parti pris / REGULAÇÃO


A institucionalização da regulação, bem como o desenvolvimento do seu posicionamento na hierarquia dos poderes públicos, constituem elementos relevantes para o tema central dos re-Descobrimentos que é o estabelecimento de uma estratégia de muito longo prazo para Portugal.
A opinião de Vital Moreira é, nesta matéria, para não perder.

produtividade / TRÊS EM UM

offside / INCONGRUÊNCIA

quinta-feira, julho 21, 2005

fancy / VAGA DE FUNDO


A "VAGA DE FUNDO"
Agora que uma nova geração de políticos chega ao poder...
...as deficiências estruturais da nossa economia exigem crescentemente medidas profundas, determinadas, bem geridas e coordenadas entre si...
...tal exigirá uma grande mobilização de competências e recursos humanos, nomeadamente a nível governamental, do Estado e da Sociedade Civil...
...é desejável que se estabeleça um consenso mínimo sobre o novo modelo económico...
...a iniciativa "Compromisso Portugal" pretende discutir o novo modelo Económico e de Desenvolvimento para o nosso país e em particular a sua concretização, por forma a contribuir para o estabelecimento dum consenso mínimo sobre o que pretendemos alcançar e o surgimento duma vaga de fundo na nossa Sociedade que leve à realização das mudanças necessárias.
(do Texto Introdutório do Debate da "Iniciativa Compromisso Portugal")

parti pris / INTEGRIDADE

offside / EXCESSOS

magister dixit / MENTIRA


Tenho pela mentira um horror quase físico. Sinto-a à distância e agora... neste mesmo momento... sinto-a vaguear, asquerosa e suja, em volta da minha alma que vibra no orgulho de ser pura. Se os outros me não conhecem, eu conheço-me, e tenho orgulho, um incomensurável orgulho em mim!

produtividade / FERROVIA


O investimento no desenvolvimento do transporte ferroviário em Portugal é de tal modo determinante para o imprescindível crescimento da produtividade nacional que, não avançar com a sua frente de combate que é a alta velocidade, corresponde a uma falta de visão estratégica dramática, que nenhum tipo de restrição orçamental ou financeira pode justificar.
A característica que mais distingue os portugueses no mundo - o expansionismo -, consubstanciado nos Descobrimentos e nos países hoje independentes que dele resultaram, foi-se enraizando pela persistência de uma visão que, por mais de cinco séculos e meio, não sucumbiu às omnipresentes dificuldades financeiras do Estado.
Os re-Descobrimentos exigem às gerações actuais uma coragem não inferior à demonstrada pelas gerações passadas.

parti pris / SOLIDARIEDADE

ESTRATÉGIA DURADOURA


Põe-se uma questão prévia, no âmbito da duração da estratégia para Portugal, que vier a ser estabelecida.
É a de identificar qual o mecanismo do ordenamento jurídico-constitucional que possa, de algum modo, garantir a permanência dessa estratégia, designadamente do seu corpo central.
Uma permanência que resista à volatilidade dos governos e, mesmo - pelo que nos vai sendo dado observar -, das legislaturas.
Não será exigível que a estratégia se sujeite, por princípio, a uma filosofia de duração idêntica à da Constituição mas, apetece-me dizer, não será estranho depararmo-nos com a necessidade de se estabelecerem objectivos estratégicos que impliquem alterações à Constituição.
Neste enquadramento, o Conceito Estratégico de Defesa Nacional (CEDN) vai ter de ser inspeccionado.

magister dixit / SEDUÇÃO


A sedução tem uma linguagem que não opera directamente sobre as emoções; antes as deixa incólumes e parte de um sistema frio e sem aliança com alguém, com o outro, sempre estranho e catastrófico. Há inúmeras pessoas que vivem perfeitamente solitárias, sem necessidade de afectos e de negociações sentimentais, porque estabeleceram essa linguagem irresistível do símbolo que as interpreta e ao qual se entregam para nele se perderem.

parti pris / CONFIRMO

quarta-feira, julho 20, 2005

magister dixit / MEDIOCRE MIND


Great spirits have always encountered violent opposition from mediocre minds. The mediocre mind is incapable of understanding the man who refuses to bow blindly to conventional prejudices and chooses instead to express his opinions courageously and honestly.

AUTONOMIA ECONÓMICA



A estratégia de muito longo prazo que Portugal precisa centra-se afinal na resolução do problema estrutural que se tem vindo a notar cada vez mais, desde o epílogo do império em que consistiu a saída de África.
É o problema da autonomia económica!
Directo ao assunto: Tem ou não Portugal vindo a perder capacidade económica autónoma, de modo a fazer perigar a independência nacional?
E, da capacidade económica existente, aquela que sustenta o modelo de acumulação de que Portugal carece, é ou não crescentemente gerida através de centros de decisão estrangeiros, cujos interesses não têm necessariamente de coincidir com os nossos?
E, então, essa evidente perda de capacidade económica autónoma não constitui uma ameaça externa relevante?
Claro que já estamos nos domínios do interesse e da defesa nacional, pois estamos.
Repare-se só no que escreveu o actual PR: "A Defesa, sendo uma questão nacional, é não apenas militar mas também cultural, económica e política, na mais ampla acepção da palavra. Neste sentido, só uma estratégia integrada, concebida no plano global do Estado, poderá responder, com credibilidade, à defesa dos interesses nacionais e aos desafios do mundo de hoje, pelas sinergias que se obterão através de uma adequada e harmoniosa articulação entre as componentes militar e não militares da Defesa Nacional" (subl. n/, in A Defesa Nacional e as Forças Armadas Intervenções do Presidente da República).
Compete ao PR, na prática de actos próprios, exercer as funções de Comandante Supremo das Forças Armadas, o que significa que, segundo o seu próprio entendimento, atrás expresso, exercer aquelas funções implica ter responsabilidades quanto ao estabelecimento da referida "estratégia integrada, concebida no plano global do Estado".

magister dixit / NAVEGAR É PRECISO


Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

TRANSFORMAR AS ESTRUTURAS


Esta constitucional tarefa fundamental do Estado que é a de transformar as estruturas económicas e sociais remete-nos para a indagação sobre qual o instrumento mais adequado para tal.
É que transformar estruturas, para mais económicas e sociais, não é coisa simples. Não basta ir à história e escolher uma daquelas múltiplas revoluções que se ficaram pela transformação das estruturas políticas...como já há trinta anos andamos a constatar!
As estruturas económicas e sociais de uma sociedade são precisamente o que de mais difícil há para se mexer: não raro nos defendemos logo com a nebulosa da mudança das mentalidades, quando nos aprecebemos da dimensão da tarefa.
Mas está lá, está na Constituição jurada pelos Presidentes da República que, não obstante ficarem no cargo durante dez anos, como se tem vindo a verificar, optam pela passiva atitude de viajar até à exaustão, sempre com uma enorme corte de empresários, nunca relatando ao país o que é que venderam em cada uma das viajens.
Não será, contudo, a definição de uma estratégia de longo prazo, com amplo consenso nacional, o instrumento mais adequado para ser cumprida a Constituição, quanto a essa tarefa fundamental do Estado?
A transformação das estruturas carece de objectivos estratégicos, cabendo ao Presidente da República, numa matéria simultaneamente tão exigente e de tão grande alcance para o futuro de Portugal, o papel de motor da sua definição, em íntima ligação com a Assembleia da República.
É, aliás, em matérias como esta, da definição de uma estratégia de longo prazo para Portugal, que se justifica a vertente política do Presidente da República, tal como se encontra na Constituição, acima dos partidos, independente das filosofias políticas por eles representadas na Assembleia da República.

terça-feira, julho 19, 2005

AVERIGUAÇÕES


Porque falamos de décadas, surge então a questão de averiguar se, de alguma maneira, a tarefa de contribuir decisivamente para a construção de uma estratégia de longo prazo para Portugal, pode ser assacada ao Presidente da República (PR).
Acontece que o PR, personagem que ocupa o topo do aparelho do Estado, jura defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição, o que nos permite continuar as averiguações.
Refere o artigo nono da Constituição, na alínea d), que uma das tarefas fundamentais do Estado é "promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses, bem como a efectivação dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientais...".
E refere, ainda, como devem ser feitas essas promoção e efectivação: "...mediante a transformação e modernização das estruturas económicas e sociais".
Cruzando os poderes próprios do PR com a possibilidade constitucional da execução da sua vontade política, verificamos que tem competência para se pronunciar sobre todas as emergências graves para a vida da República, bem como para dirigir mensagens, convocar extraordinariamente, e dissolver a Assembleia da República.
Ora, a ausência de uma estratégia de longo prazo, não se tornou já uma emergência grave para a vida da República?
De facto, não é uma emergência grave para a vida da República, apenas!
Estamos perante uma emergência grave para a vida de Portugal, independentemente dos regimes, pelo que se impõe que continuem as averiguações sobre a remoção dos escolhos que impedem o estabelecimento de uma estratégia.

NO CONCRETO


No concreto, e sendo pacífico que uma confortável e extensa maioria anseia por uma estratégia para Portugal, concordando mesmo que é aí que reside, na essência, o nosso grande problema, qual a razão porque não se tentou sequer esboçar essa almejada estratégia até hoje?
É que, para mais, existe mesmo no aparelho do Estado republicano uma figura que, ao longo destas últimas décadas do regime, tem conseguido manter-se no poder o tempo suficiente para influenciar e conseguir estabelecer uma estratégia, de muito longo prazo, para Portugal.
Os Presidentes da República têm obtido reeleições e os seus dois mandatos são tempo suficiente para esse objectivo.
O que é que tem faltado então, para podermos afastar os obstáculos e avançar? Não será a consequente prossecução de uma estratégia para Portugal um feito mais digno de registo histórico do que a criação de um museu?

ESTRATÉGIA


Na base dos problemas estruturais de Portugal está, com estrondosa evidência, a ausência de uma estratégia de crescimento e desenvolvimento, reflectida e assumida por uma clara maioria.
O tempo de duração de muitos dos reinados que presidiram aos Descobrimentos permitiu uma sequência de acções que a república, e os curtos períodos de poder homogéneo que lhe estão associados, não tem permitido.
Não se prevendo poder ser ultrapassado facilmente este modo republicano de vida dos portugueses, ainda mais premente se torna a elaboração inteligente e perspicaz de uma estratégia, de muito longo prazo, para Portugal.

segunda-feira, julho 18, 2005

magister dixit / EPOPEIA



A amplidão da acção exercida pelos Portugueses numa enorme parte do mundo durante os séculos XV a XX é surpreendente. Pode falar-se numa gigantesca epopeia colectiva, sem receio de exagerar o uso das palavras. A história do mundo não pode escrever-se sem numerosas referências ao que nele foi praticado por este pequeno povo de um pobre país nos confins da Europa. Como foi possível que um povo tão pouco numeroso tivesse feito tanto?

A EVIDÊNCIA


Toda a polémica sobre a retirada de regalias às pessoas e a diminuição da despesa do Estado resulta de não haver criação de riqueza suficiente, em Portugal.

Se Portugal fosse um país rico, pelo lado da produção de bens e serviços e não pelo nível de consumo, estaríamos certamente a afinar os sistemas para os tornar mais justos e competitivos, mas não seguramente a incriminarmo-nos uns aos outros.

É de toda a evidência que, depois de usufruirmos dos 'inputs' da conquista de território, da presença nas índias, no Brasil e em África, estamos a apanhar em cheio com uma realidade que andou escondida durante séculos: não temos uma base de criação de riqueza que garanta o nível de vida já alcançado e a sua progressão!

domingo, julho 17, 2005

O HORIZONTE



O horizonte em que a visão e a missão do re-Descobrimentos se desenvolvem é necessariamente um horizonte de muito longa duração.

Já foi demonstrado sermos capazes de projectar, planear e executar um grande empreendimento, global, que se desenrolou por cerca de vinte e duas gerações.

Sendo o homem que faz a história, cabe às gerações de portugueses que se cruzam na contemporaneidade fazer emergir os elementos, incluindo as características hereditárias e adquiridas, que estiveram na base desse empreendimento.

Projectar, planear e executar os re-Descobrimentos é seguramente tarefa para múltiplos das quatro gerações a que corresponde cada século.

É neste horizonte que cumpre, na parte que nos cabe, moldar a história de Portugal, acrescentando valor ao que foi realizado pelos nossos antepassados em circunstâncias de constrangimentos não menos difíceis do que as que temos pela frente.

MISSÃO


Na circunstância de crise histórica que o país atravessa, a missão do re-Descobrimentos é contribuir para ultrapassar o inconsequente estado de persistente verborreia em que Portugal se encontra, ilustrado pelos múltiplos "manifestos", "compromissos", "pactos", etc., que têm vindo a público.
Pretende-se, em alternativa, apontar concretamente quais os caminhos mais adequados a seguir, por um lado, evidenciando os desvios a evitar, por outro.

Sendo o crescimento económico considerado como solução para os problemas estruturais do desenvolvimento português, a missão é demonstrar qual o conteúdo e o mecanismo apropriados para o atingir, de modo duradouro.

sábado, julho 16, 2005

VISÃO


Inicio a publicação do re-Descobrimentos referindo a visão que lhe serve de guia.
A forte influência que Portugal já teve no mundo foi conseguida com grande escassez de meios, o que implica não poder ser considerado esse o problema essencial com que Portugal se debate nos nossos dias.
As características que, independentemente da permanência das dificuldades financeiras, estiveram na origem dos Descobrimentos continuam inscritas nos nossos genes e na nossa cultura, sendo suficientes para serem desencadeados os re-Descobrimentos.