sexta-feira, julho 22, 2005

fancy / INOVAÇÃO


A ainda recente COTEC Portugal é um exemplo acabado e muito actual do persistente desperdício de esforços em que Portugal se encontra profundamente mergulhado.
No documento "Análise da oportunidade da sua criação", designadamente nas duas primeiras conclusões, podem-se descobrir algumas raízes do desperdício.
Para além da lengalenga do costume (em Portugal não existe...Portugal é o último...etc., etc.), a inovação é tratada da forma mais abstracta possível: "a inovação é um factor de desenvolvimento e crescimento económico, na qual se deve basear o modelo de competitividade das empresas".
Sério...acabei de transcrever uma, a primeira, das conclusões da análise da oportunidade da criação da COTEC Portugal!
As outras conclusões estão perfeitamente alinhadas num chorrilho de generalidades, útil, não tanto para o modelo de competitividade das empresas, mas sim para o modelo de competitividade da poesia.
Todos os esforços para a inovação se perderão, como tem acontecido ao longo de tantas e tantas décadas com a educação, se esses esforços não forem canalizados para objectivos sectoriais bem definidos, a atingir pelo país como um todo, em que público e privado sejam, como nos Descobrimentos, uma mão que ajuda a outra!
Há que estabelecer objectivos consensuais, de muito longo prazo, a partir daquilo que sabemos fazer e daquilo que queremos passar a saber fazer.
E há que seleccionar os mercados-chave e integrar transversalmente as políticas públicas numa verdadeira estratégia, na concretização da qual os esforços em capital humano, financeiro e técnico a aplicar na inovação tenham metas quantificáveis a atingir.
Nós, aqui nos re-Descobrimentos, andamos, como se sabe, a investigar quem e como se tem obstado a esses 'há que', numa contribuição activa para eliminarmos as barreiras.