quarta-feira, julho 20, 2005

AUTONOMIA ECONÓMICA



A estratégia de muito longo prazo que Portugal precisa centra-se afinal na resolução do problema estrutural que se tem vindo a notar cada vez mais, desde o epílogo do império em que consistiu a saída de África.
É o problema da autonomia económica!
Directo ao assunto: Tem ou não Portugal vindo a perder capacidade económica autónoma, de modo a fazer perigar a independência nacional?
E, da capacidade económica existente, aquela que sustenta o modelo de acumulação de que Portugal carece, é ou não crescentemente gerida através de centros de decisão estrangeiros, cujos interesses não têm necessariamente de coincidir com os nossos?
E, então, essa evidente perda de capacidade económica autónoma não constitui uma ameaça externa relevante?
Claro que já estamos nos domínios do interesse e da defesa nacional, pois estamos.
Repare-se só no que escreveu o actual PR: "A Defesa, sendo uma questão nacional, é não apenas militar mas também cultural, económica e política, na mais ampla acepção da palavra. Neste sentido, só uma estratégia integrada, concebida no plano global do Estado, poderá responder, com credibilidade, à defesa dos interesses nacionais e aos desafios do mundo de hoje, pelas sinergias que se obterão através de uma adequada e harmoniosa articulação entre as componentes militar e não militares da Defesa Nacional" (subl. n/, in A Defesa Nacional e as Forças Armadas Intervenções do Presidente da República).
Compete ao PR, na prática de actos próprios, exercer as funções de Comandante Supremo das Forças Armadas, o que significa que, segundo o seu próprio entendimento, atrás expresso, exercer aquelas funções implica ter responsabilidades quanto ao estabelecimento da referida "estratégia integrada, concebida no plano global do Estado".