terça-feira, julho 11, 2006

offside / habilidade a destruir, incapacidade a construir


Os dez anos que passam, desde a constituição da CPLP, trazem à mente duras constatações.
Houve muita habilidade na destruição do investimento de muitas gerações de portugueses nas ex-colónias.
Mas foram precisos 20 anos para se formar um primeiro orgão com objectivos de congregação de vontades à volta do esforço histórico dos portugueses, orgão cujo surgimento, aliás, muito deve ao impulso de notáveis brasileiros.
Passados estes dez anos, com o fracasso da CPLP bem à vista, o que se confirma é uma clara incapacidade a construir, designadamente por parte da classe política portuguesa, sempre a fugir das questões económicas (as que mais relevam no mundo em que vivemos), como ainda ontem se viu pelas patéticas declarações de António Vitorino na televisão sobre esta matéria.
A CPLP e a inquestionável falta de dinamismo que ostenta é bem a imagem do posicionamento dos políticos pós-revolução de 74 perante a riqueza que o relacionamento dos portugueses com esses países representa.
Um posicionamento que deriva da continuada indefinição do papel de Portugal no mundo que, para estes políticos, não parece nada interessante enfrentar ...