quarta-feira, setembro 21, 2005

produtividade / REFORMA DO GOVERNO




A não criação de riqueza é a fonte principal dos problemas que o país sente, uma vez que tem como efeito a chamada, pelo actual Governo, de todos os sectores da população a participarem com o sacrifício dos seus direitos na alegada solução das dificuldades financeiras.
A não criação de riqueza acontece fundamentalmente por Portugal apresentar um muito baixo nível de produtividade, por um lado, e não registar uma taxa de crescimento da produtividade em consonância com esse nível baixo, por outro.
Mais grave ainda do que tudo isso, não existe um programa com objectivos definidos para se atingir a taxa de crescimento da produtividade necessária.
É consensual entre os portugueses que um dos factores essenciais da baixa produtividade nacional consiste na burocracia, patente em muito serviços públicos e, por arrasto, até em muitos serviços privados que seguem o modelo estatal.
A burocracia excessiva de que Portugal sofre começa no próprio governo e não se resolve com estudos, resolve-se com a atribuição de poder e de independência a um orgão dotado de personalidades com méritos amplamente reconhecidos na sociedade, na matéria.
Não parece que a Comissão Bilhim possa trazer algo de significativo neste campo decisivo para a superação da crise nacional, por uma razão evidente: o autismo do primeiro ministro.
Estão prometidos resultados dos estudos para meados de 2006! E estão prometidas decisões para depois, como se o país pudesse esperar e como se não houvesse personalidades que sabem perfeitamente o que é necessário fazer!
As clientelas partidárias, que o primeiro ministro já demonstrou, com todo o despudor, não ter conseguido domar no seu PS (se é que alguma vez teve essa intenção) jamais deixarão que a racionalização que se impõe, desde logo ao nível do governo, avance.
Não é com este governo, nem com esta maioria parlamentar que o problema se resolve.