quinta-feira, agosto 18, 2005

descaminhos / RODA LIVRE


O blog "Para Mim Tanto Faz" traz novamente à superfície o modo de actuar do Banco Espírito Santo (BES). Modo de actuar que, pelos vistos, já vem de longe!
Referimos recentemente a confusão que existe entre Grupo Espírito Santo (GES) e Banco Espírito Santo, com as autoridades nacionais a fazerem de conta que não é nada com elas.
Muito oportunamente, o "Para Mim Tanto Faz", mostra agora que já no caso Collor, o BES esteve envolvido, o que significa que o problema está bem enraizado e o modo de fazer é despudorado.
Só aqui no rectângulo é que não vêm ao de cima as influências perniciosas, certamente ilegítimas, deste grupo económico no desenvolvimento do país, pelo menos por enquanto.
Em matéria de corrupção em Portugal, Freitas do Amaral tem cada vez mais razão (ele lá saberá!) ... quando surpreendentemente afirma que não podemos dar lições a ninguém.
É justamente neste ponto, crucial quanto ao desenvolvimento e ao crescimento económico, que a dita democracia portuguesa falha! Não há controlo sobre o tráfico de influências entre poder político e poder económico.
Não podemos esquecer que a gestão do equilíbrio dos poderes, mormente dos poderes económico, e financeiro em particular, é um elemento estrutural das democracias modernas.
Ora, em Portugal, nesta matéria, estamos em roda livre.
Se não, veja-se com que à vontade fala Monteiro de Barros sobre a Autoridade da Concorrência, a propósito da actuação desta na PT, onde o BES é accionista de referência.
Os processos a decorrer no âmbito do futebol são um gota de água, em comparação com o oceano que se pode vislumbrar.
Durão Barroso, Miguel Frasquilho, António Mexia, Manuel Pinho são só alguns exemplos de quem ora está no BES/GES, ora está no governo.
Alguém se lembra ainda de um chefe de governo que muitos defeitos terá tido, mas a quem os banqueiros não davam a volta?
... É a diferença entre ser ou não estadista ...